Agenesia Dentária Detectada em Exame de Rotina

Caracterizada por complexos e precisos processos biológicos de substituição de dentes decíduos por dentes permanentes, a dentadura mista representa uma das manifestações de perfeição da natureza. Mas, como todo curso natural, o desenvolvimento da dentição pode mostrar algumas imperfeições e, no transcorrer da dentadura mista – com certa frequência -, o profissional depara-se com irregularidades odontogênicas: as anomalias dentárias. A agenesia dentária constitui a anomalia de desenvolvimento mais comum da dentição humana, ocorrendo em aproximadamente 25% da população. 

Excluindo-se os terceiros molares, a prevalência de agenesia é de aproximadamente 4,3 a 7,8%. Os segundos pré-molares inferiores representam os dentes mais comumente ausentes, seguidos pelo incisivo lateral superior e pelos segundos pré-molares superiores. A grande maioria dos pacientes com agenesia (76 a 83%) exibe a ausência de um ou dois dentes permanentes. A ocorrência unilateral predomina com exceção da agenesia dos incisivos laterais superiores, em que a ocorrência bilateral supera a unilateral.

Assim, para ilustrar e contrapor a publicação da semana passada, podemos visualizar no corte da radiografia panorâmica e periapical a ausência dos dentes 35 e permanência do dente decíduo 75 (imagem 1)

Imagem 1 – Corte da radiografia panorâmica e radiografia periapical indicando a agenesia (ausência) do dente 35 e presença do dente 75.

A imagem a seguir mostra também a agenesia do dente 35 e permanência do dente 75, periapical. ( imagem 2).

Imagem 2 – Corte da radiografia panorâmica que retrata a agenesia do dente 35 e presença do dente 35.

Uma curiosidade para se atentar ao se deparar com este tipo de alteração é que as agenesias frequentemente associam-se com outros tipos de anomalias dentárias, incluindo microdontias, ectopias (erupção ectópica dos caninos superiores para palatino, transposições dentárias, distoangulação dos segundos pré-molares inferiores e erupção ectópica dos primeiros molares superiores, infraoclusão dos molares decíduos, atrasos no desenvolvimento dentário e hipoplasia generalizada do esmalte. Essas constatações ressaltam o papel dos genes na etiologia dessas anomalias dentárias, assim como embasam o clínico para uma maior compreensão de seus pacientes. Em termos práticos, quando se diagnostica uma anomalia dentária, fique atento e procure por outras.

 

 


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