O conhecimento anatômico é um dos fatores que irão influenciar diretamente no prognóstico do tratamento endodôntico e um dos grandes desafios consiste em dominar as possíveis variações anatômicas internas dos grupos dentais.
Os molares inferiores são os dentes que apresentam diversas variações anatômicas na disposição e números de canais. Além do mais, o primeiro molar pode apresentar cerca de 0% a 2,6% de chances de exibir uma raiz supranumerária, enquanto que o segundo molar 1,8% a 2,7% (KANTILIERAKI et al, 2019). Assim, os molares inferiores podem ter uma raiz adicional localizada lingualmente (O Radix Entomolaris) ou vestibular (O Radix Paramolaris)
Nas populações africanas, encontra-se uma frequência máxima de 3%, enquanto nas populações da Eurásia e da Índia a frequência é inferior a 5%. Em populações com traços mongolóides (como os índios chineses, esquimós e americanos), relatos observaram que o ER ocorre com uma frequência que varia de 5% a mais de 30%. Devido à sua alta frequência nessas populações, o RE é considerado uma variante morfológica normal (morfologia radicular eumorfa). Em caucasianos, o ER é pouco comum e, com frequência máxima de 3,4 a 4,2%, é considerada uma morfologia radicular incomum ou dismórfica.
A etiologia da raiz adicional não apresenta clareza e pode ser encontrada nos molares inferiores, sendo com menor frequência no segundo molar.
Um achado radiográfico desta natureza foi visualizado na radiografia periapical (imagem 1). Observa-se na imagem à esquerda a presença da raiz adicional com tratamento endodôntico, tal alteração na anatomia não se visualiza com clareza na panorâmica (imagem 2).
Imagem 1 – Recorte de radiografias periapicais
Imagem 2 – Recorte de radiografia panorâmica que se observa em menor detalhe a estrutura radicular do dente 36