Medo, insegurança, preocupação, ansiedade e estresse são consequências psíquica devido a realidade que vivemos devido a pandemia. Tais consequências possui extensão para o campo físico, inclusive para o complexo estomatognático.
Espera-se assim a ocorrência de sinais e sintomas pós-pandêmicos (e podemos dizer que em face de seu prolongamento, trans-pandêmicos também) de dores orofaciais crônicas, incluindo DTM, em padrão semelhante ao da síndrome de estresse pós-traumático. Ressalta-se a importância desses fatores psicológicos, no surgimento, manutenção ou agravamento das Disfunções Temporomandibulares (DTM), sobretudo nos pacientes que apresentam DTM muscular que em grande parte apresentam “dor” como queixa principal.
Em um primeiro momento, observa-se um aumento de queixas em relação a dor na face, dor de cabeças (principalmente nas têmporas) e pescoço ou até mesmo a sensação de mandíbula travada. A descrição anterior refere-se a alguns sintomas característicos de bruxismo.
Objetivamente, entendemos como bruxismo uma “atividade muscular mastigatória repetitiva” que pode ou não levar a consequências desagradáveis. Esse bruxismo pode ser dividido em Bruxismo do Sono (BS) ou Bruxismo em Vigília (BV). O BV também é um fator de risco para início e perpetuação das DTM, principalmente as musculares.
Enquanto que, disfunção temporomandibular (DTM) engloba desordens musculares da articulação temporomandibular e acomete a função mastigatória, gerando dor ou desconforto na região das têmporas, próximas ao ouvido ou na mandíbula. A DTM articular provoca sintomas bem localizados à frente da orelha, provocando dor, desconforto, estalidos ou desvios ao exercer a função mandibular (imagem 1)
Outro achado clínico que verificou aumento foi a frequência de pesquisa trincas∕fraturas dentárias. Linearmente, dentes rangendo com maior repetição e uma mordida travada podem gerar microtrincas que tendem a aumentar com o passar do tempo.
Dependendo da pressão que o paciente coloca sob os dentes, mas dentes restaurados, ou com uma restauração extensa, tendem a ficar mais fragilizados e sofrer mais essas trincas.
Como consequência, as microtrincas e os dentes quebrados podem levar ao surgimento de cáries, com o risco de penetração de bactérias. O nível de estresse do paciente pode ocasionar, alterações periodontais, na gengiva. Se o paciente tiver uma alteração gengival muito grave, ou se tiver propensão a ter problemas de gengiva, pode ter uma colonização bacteriana no local e, se cair na corrente sanguínea, pode gerar inclusive uma endocardite bacteriana – infecção de parte do coração.
Assim, em uma breve avaliação dos casos solicitados na clínica Radiologia Jardim, em um período de 1 semana do mês de março de 2021, observamos que houve 16 casos de estudo para endodontia, ou seja, para avaliar possível presença de trincas ou fraturas dentárias. Na imagem a seguir, exemplificamos um caso trinca dentária no dente 16 com sintomatologia (Imagem 2)
Imagem 2 – Cortes MPR (axial, coronais e sagitais) das estruturas das raízes MV, DV e P do dente 16. A sigla LNTd 16 (seta amarela) indica linha de trinca radicular.
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