O primeiro protótipo de tomógrafo cone beam odontológico surgiu na segunda metade da década de 1990. Yoshinori Arai, Universidade Nihon (Japão). E o uso da tomografia do tipo cone beam como grande ferramenta de diagnóstico é bem definido na prática clínica odontológica.
A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) forneceu uma série de benefícios a Clínica Odontológica. Em relação à tomografia computadorizada médica, possui inúmeras vantagens, entre elas: menor radiação; tempo de exposição e simplificação da técnica. Estas características fizeram que a aplicabilidade desse recurso abrangesse as seguintes especialidades: implantodontia, ortodontia, periodontia, cirurgia, traumatologia buco-maxilofacial, exames da articulação temporomandibular e endodontia.
Para cada especialidade existem protocolos de indicação feitos pela Associação Americana de Radiologia, e pela Academia Europeia de Radiologia Dentomaxilofacial, de modo que possam zelar pelos princípios de “ALARA” (As Low As Reasonably Achievable) – Tão Baixo Quanto Razoavelmente Possível – mantendo a emissão de radiação ionizante tão baixo quanto razoavelmente exequível para o processo de diagnóstico. Um dos princípios básicos de uso da técnica é a justificativa para cada paciente da solicitação do exame, de forma que os benefícios superem os riscos de exposição do paciente a dose de radiação, e deve ser usada apenas quando as técnicas radiográficas não permitirem subsidiar as soluções clínicas para o paciente
Atualmente, inúmeros fabricantes introduziram máquinas de TCFC com o campo de visão (FOVs) de diferentes tamanhos (Imagem 1) . As opções por seleção do FOV minimizam a irradiação no tecido pela possibilidade de expor apenas a área específica de interesse.
Os campos de visão são divididos em três grandes grupos:
– Campo visão de pequena captura em uma região definida pelo usuário, geralmente igual ou inferior a 10 cm de altura (no esquema é representado S e S+)
– Campo de visão de captura mediana (intermediária) envolve do meio das órbitas até o mento verticalmente e do côndilo para o côndilo horizontalmente (no esquema é representado M e M+)
– Campo de visão grande mostra o teto das órbitas e o nasio até o osso hióide em um homem adulto típico (no esquema é representado L e XL).
Imagem 1- Esquema com os diversos tamanhos campos de visão (field of view)
A seleção do FOV mais adequado na aquisição do exame de tomografia cone beam é baseada nos objetivos diagnósticos para a imagem, determinados por meio de uma avaliação clínica do paciente. O FOV recomendado para necessidades específicas também depende do tamanho do indivíduo. Assim, se a imagem de toda a região craniofacial for necessária, isso pode implicar o uso de um grande FOV para uma criança e um FOV estendido para um adulto (imagem 2).
Imagem 2 – Representa esquema que correlaciona situação clínica, imagem da região de interesse e o tamanho do FOV.
Assim, a sequência de postagens do mês de março envolverá casos clínicos adquiridos em dois tipos de aparelhos CS8100 3D Carestream e iCat NextGeneration, ou seja, ela de forma mais localizada ou generalizada (FOV), para análise da dentição em desenvolvimento se enquadra como uma situação clínica em que se utiliza o uso da TCFC.