Alteração da anatomia: Toro Mandibular

            A palavra toro tem sua origem no latim torus e significa tumor ou protuberância circular. Os toros são crescimentos ósseos localizados e circunscritos, situados na superfície cortical dos ossos. São considerados toros as protuberâncias ósseas congênitas, benignas, denominadas exostose, do grego exo (fora) e osteo (osso).

             As exostoses são excrescências ósseas convexas, bem definidas, cujo crescimento é lento e progressivo, com superfície lisa, e são compostas de cortical óssea densa e escassa e osso esponjoso recoberto por camada de mucosa delgada e pobremente irrigada. Podem estar localizadas na maxila, na região da sutura médio palatina sobre o palato duro e na mandíbula na superfície lingual, na região dos pré-molares, e podem ser unilaterais ou bilaterais.

            Os toros possuem pouco significado clínico, não são neoplásicos e raramente geram desconforto. Entretanto, em razão de sua localização, muitas vezes necessitam de intervenção cirúrgica.

            A consideração sobre essa patologia é no âmbito do processo de reabilitação oral em paciente edêntulos, já que na maioria das vezes é assintomática e não necessita de tratamento, porém, nesses pacientes em que se planeja a instalação de próteses totais, a remoção cirúrgica torna-se necessária, pois o mesmo pode interferir na retenção das próteses. Dessa forma, a remoção de tórus é vista como um componente essencial para a reconstrução protética e conseqüente reabilitação oral do paciente.

            A imagem de hoje refere-se a um achado tomográfico que foi visualizado após a aquisição para fins de reabilitação oral com implantes. Este achado refere-se ao TORUS MANDIBULAR (Imagens 1 e 2). Esta alteração apresenta-se indicado com a seta verde e sigla TM nos cortes coronal e axial que se estende horizontalmente no lado direito da raiz mesial do 1º molar ao canino, enquanto que, do lado esquerdo estende-se do canino ao 2º pré-molar.

           imagem 1 e 2 torus mandibular

            Como diagnósticos diferenciais terão as seguintes situações: Se o toro se encontrar na face lingual do corpo da mandíbula, ele poderá ser confundido com um dente incluso. Essa é uma das razões que indicam a importância de fazer o exame radiográfico bucal. Os diagnósticos diferenciais para orientação de protuberância lingual mandibular deveriam incluir formação de abscessos, neoplasias ósseas, neoplasias de glândula salivar e tumor vascular.

            O diagnóstico de toro se obtém com a realização de exame clínico (anamnese e exame físico) de rotina da cavidade bucal, pois os toros, em sua maioria, são assintomáticos e os pacientes não estão conscientes de que são portadores deles.

            Assim, para obter um diagnóstico preciso das exostoses e eliminar a possibilidade de patologias, deverão ser realizados exames complementares, como, por exemplo, radiografia e/ ou tomografia cone beam.


Dose de Sabedoria por: Dra Ana Luiza Riul, Dr. Luis Fernando Jardim e Dra. Patrícia Jardim

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