Tomografia Cone Beam: A sua importância para o planejamento cirúrgico de terceiros molares inferiores.

Os terceiros molares são os últimos dentes permanentes da série normal a irromperem; dessa forma, é comum encontrar alterações de seu posicionamento principalmente relacionadas à falta de espaço na arcada dentária. Em algumas situações esses dentes mantêm-se intraósseos, podendo ser divididos em irrompidos e não irrompidos. Em relação à angulação, os terceiros molares podem encontrar-se na posição vertical, mesioangular, distoangular, horizontal, invertida e ainda em línguo-versão ou vestíbulo-versão (classificação de Winter). Quando se trata de terceiros molares não erupcionados, estes podem apresentar-se inclusos ou semiinclusos, impactados ou não.

A denominação Dente Incluso é dada ao elemento dentário, que estiver totalmente encoberto por tecido ósseo e/ou mucoso, podendo ser visualizado somente através de meios auxiliares de diagnóstico, como radiografias ou tomografias, independentemente de estar em processo fisiológico de erupção ou sofrendo alguma obstrução física que o impeça de irromper. Nesse último caso, ele é subclassificado como impactado. A inadequação do comprimento do arco dentário em relação ao espaço necessário para a irrupção de todos os dentes é a principal causa da impactação dentária.

Na odontologia, os exames complementares por imagem são de extrema importância para o diagnóstico, plano de tratamento e acompanhamento do quadro clínico do paciente. Em muitos casos, a manutenção dos terceiros molares pode levar a uma série de alterações patológicas tais como: processos infecciosos, lesões císticas, lesões cariosas, doença periodontal, reabsorção radicular externa do dente adjacente, além do comprometimento de estruturas anatômicas.

A radiografia panorâmica é uma das técnicas mais solicitadas entre as especialidades odontológicas, pois promove uma ampla visualização das estruturas dentárias em conjunto com o complexo maxilo-mandibular, oferecendo como 11 vantagens a fácil compreensão pelo cirurgião-dentista e pelo paciente, baixo custo, dose e tempo de exposição reduzidos, simplicidade e rapidez na execução. No entanto, apresenta algumas desvantagens como distorção e sobreposição de imagens, falta de detalhes, produção de artefatos e a visualização bidimensional de reparos anatômicos tridimensionais. Assim, a tomografia cone beam permite uma observação tridimensional e sua total extensão, com eliminação da sobreposição das estruturas e distorção.

As imagens a seguir são casos de terceiros molares que a tomografia cone beam permitiu uma melhor avaliação dos mesmos em relação ao espesso ocupado e o canal mandibular.

Imagem 1 –  Impactação horizontal dos dentes 38 e 37 e com contato com o canal mandibular

 

Imagem 2 – Impactação horizontal do dente 48. Impactação linguo-versão do dente 38. Observa-se os dentes 38 e 48 em íntimo contato com o canal mandibular.

  

 Imagem 3 – Impactação mésio-angulado dos dentes 38 e 38 e íntimo contato com o canal mandibular.

Concluindo assim, a TCFC seria mais bem indicada no planejamento cirúrgico, quando a radiografia panorâmica sugerisse claramente uma situação de risco, ou seja, a sobreposição do canal mandibular em relação às raízes do terceiro molar inferior



Dose de Sabedoria por: Dra Ana Luiza Riul, Dr. Luis Fernando Jardim e Dra. Patrícia Jardim

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