INTERFERÊNCIA DOS SEIOS MAXILARES NO DIAGNÓSTICO

 

           O cirurgião dentista necessita muitas vezes visualizar imagens associadas a estruturas importantes onde um bom conhecimento da anatomia crânio facial e dentomamaxilar é imprescindível na elaboração de um diagnóstico correto.

           O seio maxilar é uma estrutura anatômica localizada no terço médio da face, sendo de extrema importância por estar localizadas muito próximas às estruturas dentárias posteriores, devendo fazer parte do conhecimento dos cirurgiões dentistas nas diversas especialidades.

            Funcionalmente, os seios maxilares, tal como os outros seios paranasais, servem como uma espécie de filtro do ar inspirado: os seios aquecem, umidificam e captam impurezas do ar, com a função de proteger a traqueia e os pulmões. Estes seios são revestidos por uma membrana ciliada e produtora de muco. Todos os seios paranasais têm comunicação com a cavidade nasal.

            O muco, que tem a função de aquecer e umidificar o ar inspirado, é constantemente produzido e precisa ser eliminado. O seio maxilar comunica-se com a cavidade nasal através de uma estrutura diminuta, chamada de óstio ou hiato maxilar; a movimentação da membrana ciliada faz com que o muco presente no seio maxilar atravesse este reparo anatômico e chegue à cavidade nasal (Imagem 1).

[Imagem tomográfico, corte coronal, com detalhe em roxo indica o caminho que o muco deve percorrer até ser drenado para a Corte Coronal – Cavidade Nasal (óstio ou hiato maxilar).

Imagem 1- Imagem tomográfico, corte coronal, com detalhe em roxo indica o caminho que o muco deve percorrer até ser drenado para a Corte Coronal – Cavidade Nasal (óstio ou hiato maxilar).     

 

            Em indivíduos hígidos, existe uma relação de equilíbrio entre o funcionamento/movimentação da mucosa ciliar e a luz dos óstios maxilares. Quando há um bloqueio dos óstios maxilares por um processo inflamatório (rinite, por exemplo), as vias de drenagem de secreção, obstruídas, comprometem a ventilação do seio maxilar e instala-se um quadro de retenção de muco constante e crescente, e que leva à sinusite.

            Anatomicamente, o seio maxilar é o que possui o maior volume dentre as demais cavidades paranasais e na maioria das vezes, costumam ser simétricos. As regiões limítrofes do seio maxilar são suas seis paredes: anterior, medial, lateral, posterior, superior e inferior (sendo que as duas últimas estruturas também são conhecidas como teto e assoalho, respectivamente) (Imagem 2). Lembrando que a parede superior/teto do seio maxilar é a mesma estrutura que o assoalho da cavidade orbital, assim como a parede medial do seio maxilar também corresponde à parede lateral da cavidade nasal.

Imagem tomográfica para ilustrar a anatomia do seio Maxilar.

 Imagem 2 – Imagem tomográfica para ilustrar a anatomia do seio maxilar.
 

           

             O caso a seguir retrata, possivelmente um intervenção multidisciplinar (cirurgião dentista e otorrinolaringologista), pois, revela o seio maxilar esquerdo totalmente velado por muco e possível bloqueio do óstio maxilar ( Imagem 3). Para uma melhor avaliação foi reconstruído o 3D realístico (imagem 4).

Cortes Coronais que evidenciam o velamento do seio maxilar

 Imagem 3 – Cortes Coronais que evidenciam o velamento do seio maxilar
 
   

Reconstrução 3D Realístico

Imagem  4 – Reconstrução 3D realístico

            Observa-se que o dente 27 apresenta perda de tecido dentinário na porção coronária, rarefação óssea periapical com solução de continuidade do assoalho do seio maxilar (Imagem 5).

Imagem 5           

O exame por tomografia computadorizada cone beam dos seios maxilares permite uma avaliação tridimensional e sua relação com as estruturas adjacentes, ou seja, uma perfeita reprodução da região dentomaxilofacial, auxiliando de maneira precisa os profissionais que irão intervir junto ou próximo a essa estrutura anatômica.



Dose de Sabedoria por: Dra Ana Luiza Riul, Dr. Luis Fernando Jardim e Dra. Patrícia Jardim

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